A cesta básica está mais cara na maioria das capitais brasileiras, e a alta nos preços já compromete cerca de 40% do salário mínimo. Em algumas cidades, a situação é ainda mais crítica, forçando muitas famílias a apertar o orçamento para conseguir pagar as contas do mês.
Preços Explodem: Salvador Lidera as Altas
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Salvador foi a cidade com o maior aumento na cesta básica, registrando uma alta de 6,22%. Logo atrás vêm Belém, com 4,80%, e Fortaleza, com 3,96%. O impacto desses aumentos é grande, já que os alimentos são itens essenciais e não podem ser substituídos facilmente.
Mas não foi em todo o país que os preços subiram. Algumas capitais registraram uma pequena queda nos valores, como:
- Porto Alegre: -1,67%
- Vitória: -1,62%
- Campo Grande: -0,79%
- Florianópolis: -0,09%
Embora essas reduções sejam positivas, elas ainda não aliviam a pressão financeira da maioria dos brasileiros.
Se você mora em São Paulo, prepare o bolso: a cidade tem a cesta básica mais cara do país. O custo médio por lá é de R$ 851,82, o que equivale a impressionantes 60% do salário mínimo.
Outras cidades também registram valores elevados:
✅ Campo Grande: R$ 764,24
✅ Goiânia: R$ 756,92
✅ Brasília: R$ 756,03
✅ Curitiba: R$ 743,69
✅ Vitória: R$ 735,31
✅ Belo Horizonte: R$ 717,51
No Norte e Nordeste, os preços são um pouco menores, mas ainda assim pesam no bolso:
🔹 Fortaleza: R$ 700,44
🔹 Belém: R$ 697,81
🔹 Natal: R$ 634,11
🔹 Salvador: R$ 620,23
🔹 João Pessoa: R$ 618,64
🔹 Recife: R$ 598,72
🔹 Aracaju: R$ 571,43
Mesmo sendo mais baratas em comparação com o Sudeste e Sul, essas cestas ainda representam uma grande fatia do salário mínimo.
De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a renda média do trabalhador brasileiro em outubro de 2024 foi de R$ 3.279,00. No entanto, segundo o Dieese, para uma família de quatro pessoas viver com dignidade, o salário mínimo precisaria ser de R$ 7.156,15 – ou seja, mais de quatro vezes o valor atual de R$ 1.518,00.
Essa diferença mostra como o poder de compra do brasileiro está cada vez menor, e muitos têm que fazer malabarismos para garantir que a alimentação da família esteja garantida no fim do mês.
Com os preços dos alimentos subindo e os salários praticamente estagnados, muitas famílias têm precisado reduzir o consumo de produtos essenciais, optando por alternativas mais baratas e, em alguns casos, menos nutritivas. Isso pode gerar impactos negativos na saúde e qualidade de vida da população.
Muitos brasileiros também estão recorrendo a compras parceladas, uso de cartões de crédito, empréstimos e até mesmo a substituição de itens tradicionais da cesta básica por opções mais em conta. Enquanto não houver um reajuste adequado dos salários e medidas para conter a inflação, essa realidade pode se agravar ainda mais.
Algumas medidas poderiam ajudar os trabalhadores a enfrentarem esse cenário complicado, como:
- Reajuste justo do salário mínimo, acompanhando o aumento dos preços;
- Programas de incentivo alimentar, como cestas básicas subsidiadas para famílias de baixa renda;
- Redução de impostos sobre produtos essenciais, para baixar o custo final ao consumidor;
- Fomento à produção local, reduzindo a dependência de importação e fretes caros.
Enquanto isso não acontece, o jeito é pesquisar bem, buscar promoções e tentar economizar sempre que possível para driblar os altos preços da cesta básica.
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