A Festa de Arembepe, um dos eventos mais tradicionais do litoral baiano, está sendo marcada por um clima de revolta entre os vendedores ambulantes. Isso porque fiscais da Secretaria de Serviços Públicos (Sesp), órgão vinculado à Prefeitura de Camaçari, foram acusados de agir com truculência ao impedir comerciantes de trabalharem no evento.
Os trabalhadores relatam que estão sendo abordados de maneira agressiva, sem qualquer aviso prévio ou orientação sobre possíveis irregularidades. A falta de comunicação e organização por parte do poder público tem gerado desespero e prejuízo para quem depende da festa para garantir sua renda.
Um dos episódios mais revoltantes aconteceu no último sábado (29), quando uma baiana de acarajé foi abordada por fiscais da Sesp, acompanhados de um homem identificado como Romilson. Em um vídeo que circula nas redes sociais, é possível ver o momento em que os agentes tentam remover o tabuleiro da vendedora. Durante a confusão, o equipamento caiu no chão, derrubando todos os produtos que ela tinha preparado para vender.
A vendedora ficou desesperada com o prejuízo, enquanto os fiscais simplesmente foram embora sem prestar qualquer tipo de assistência ou dar explicações sobre a abordagem. No vídeo, uma pessoa indignada questiona: “Agora vocês vão embora? Quem vai pagar o prejuízo dela?”
Esse caso gerou grande revolta entre os trabalhadores, que veem a ação dos fiscais como uma verdadeira perseguição contra os ambulantes.
A Festa de Arembepe é uma oportunidade para muitos vendedores ambulantes faturarem um dinheiro extra e sustentarem suas famílias. No entanto, a atuação dos fiscais tem causado medo e insegurança. Muitos relatam que foram impedidos de trabalhar sem qualquer aviso ou critério claro.
A falta de planejamento por parte da Prefeitura de Camaçari é uma das principais reclamações. Comerciantes alegam que não receberam qualquer comunicado sobre regras ou espaços autorizados para venda antes do início do evento. O resultado disso é um verdadeiro caos, onde trabalhadores são tratados como infratores, mesmo estando apenas tentando ganhar o sustento de forma honesta.
“A gente não recebeu nenhuma informação de onde podia ou não podia vender. Chegamos aqui e simplesmente foram mandando sair, empurrando o povo, ameaçando apreender mercadoria. Isso é um absurdo!”, desabafou um ambulante que preferiu não se identificar.
Nas redes sociais, as imagens da abordagem truculenta viralizaram, gerando uma onda de indignação. Usuários questionam por que a Prefeitura não organizou a fiscalização de maneira mais transparente e humanizada. Além disso, muitos cobram que os fiscais sejam responsabilizados pelos prejuízos causados aos trabalhadores.
Em resposta às críticas, a Prefeitura de Camaçari ainda não se pronunciou oficialmente sobre o ocorrido. O Alô Abrantes segue acompanhando o caso e buscando esclarecimentos junto às autoridades municipais para entender os critérios adotados nessa fiscalização polêmica.
Enquanto isso, os ambulantes seguem apreensivos, temendo novas ações repressivas que possam comprometer ainda mais suas vendas e seu sustento. O que era para ser um momento de festa e celebração virou motivo de preocupação e revolta para quem depende da economia informal para sobreviver.
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