O valor será financiado pela Caixa, mas a oposição cobra mais transparência e teme o alto nível de endividamento do estado.
O valor será financiado pela Caixa, mas a oposição cobra mais transparência e teme o alto nível de endividamento do estado.

O governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues, do Partido dos Trabalhadores (PT), mandou para a Assembleia Legislativa da Bahia (Alba) mais um pedido de empréstimo. E o valor não é pequeno: R$ 600 milhões junto à Caixa Econômica Federal. Essa é a 16ª vez que o governo solicita esse tipo de operação financeira desde que Jerônimo assumiu o cargo, há dois anos e quatro meses.

Segundo ele, esse dinheiro vai ser usado para melhorar estradas, ruas, mobilidade urbana e infraestrutura em várias cidades baianas. A ideia é usar os recursos para acelerar obras que trarão benefícios diretos à população, como melhores condições de transporte, acessos mais rápidos e segurança nas vias.

Mas esse pedido levantou polêmica. Enquanto o governo defende o investimento, dizendo que é essencial para o crescimento do estado, a oposição está preocupada com o aumento das dívidas do estado e questiona a frequência com que esses empréstimos estão sendo solicitados.

De acordo com o governador, esse novo empréstimo é importante para impulsionar o desenvolvimento da Bahia, levando benefícios tanto para a capital Salvador quanto para o interior do estado. Jerônimo disse que o investimento vai trazer mais qualidade de vida para o povo baiano, com melhorias em transporte, acessibilidade, mobilidade e outros serviços públicos.

“Esse investimento será essencial para impulsionar o desenvolvimento socioeconômico da Bahia, garantindo mais qualidade de vida e sustentabilidade para a população”, disse Jerônimo na mensagem enviada para a Assembleia Legislativa.

O governo ainda quer que o projeto seja votado com urgência, o que significa que ele não passará por todas as etapas normais de análise e poderá ser aprovado mais rapidamente. Apesar disso, até agora, a Alba ainda não marcou a data para essa votação.

Se esse novo pedido for aprovado, o governo da Bahia terá conseguido cerca de R$ 14 bilhões em empréstimos desde o início da atual gestão. Isso significa que, em média, o estado tem pedido um novo empréstimo a cada 50 dias. É muito dinheiro em pouco tempo.

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E é justamente por isso que a oposição está preocupada.

O deputado estadual Tiago Correia, do PSDB, que é líder da oposição na Assembleia, criticou o que ele chamou de “ritmo acelerado” desses pedidos. Para ele, mesmo com o aumento da arrecadação de impostos no estado, é preciso ter cuidado para não deixar um rombo financeiro para o futuro.

“São 16 empréstimos em pouco mais de dois anos — isso significa um pedido a cada 50 dias. Mesmo com o crescimento da arrecadação, impulsionado por aumentos sucessivos de impostos, é preciso responsabilidade fiscal. Quem vai arcar com essa conta no futuro são os próximos governos e o povo baiano”, afirmou o deputado.

Além da preocupação com a dívida em si, há também críticas sobre a falta de clareza em como esse dinheiro está sendo usado. A oposição e alguns setores da sociedade civil cobram mais transparência por parte do governo. Querem saber exatamente quais obras estão sendo feitas, quanto está sendo gasto em cada uma, e quais os critérios usados para definir onde o dinheiro vai parar.

Muita gente acredita que o governo deveria prestar contas de forma mais detalhada, até para evitar suspeitas de mau uso do dinheiro público.

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