Em uma operação realizada pela 59ª Companhia Independente da Polícia Militar, na tarde de quarta‑feira (23), bairros de Camaçari viveram momentos de tensão com um intenso tiroteio no Terreiro de Jauá. Moradores acionaram a polícia ao avistar homens armados na região, o que motivou o deslocamento imediato das viaturas ao local. Ao chegarem, os policiais foram recebidos por disparos e revidaram, iniciando uma troca de tiros que só terminou dentro de uma área de mata próxima ao local inicial.
Segundo relatos do Centro Integrado de Comunicação (CICOM), foi a própria comunidade que percebeu a movimentação suspeita. Vizinhos ouviram barulho de revólver e viram indivíduos carregando armas de grosso calibre. Preocupados, fizeram denúncia anônima e as equipes da 59ª CIPM foram despachadas para verificar a situação.
Quando as viaturas entraram no Terreiro de Jauá, foram recebidas por disparos. Não havia tempo a perder: os policiais reagiram, acionaram as sirenes e buscaram abrigo enquanto respondiam ao ataque. As balas cruzavam a rua e fazia eco na mata próxima. A situação ficou perigosa, com risco de atingir moradores e até crianças que brincavam nas proximidades.
Os suspeitos fugiram em direção a um trecho de vegetação densa. Mesmo sem saber exatamente quantos eram, os policiais se dividiram em equipes de busca, munidos de coletes à prova de balas, escudos e rádios para coordenar o cerco. Foi ali, no meio do mato, que encontraram Thiago Rosado, conhecido no submundo criminoso como “Thiaguinho do CV”. Ele estava ferido por conta dos tiros e, ao ser abordado, não resistiu aos ferimentos.
Moradores antigos do bairro contam que Thiago tinha envolvimento com o tráfico de drogas na região e fazia parte da facção Comando Vermelho (CV). Ele era conhecido por ser violento e já responder por outras ocorrências, mas nunca tinha sido preso. A ação desta quarta‑feira acabou interrompendo sua trajetória criminosa.
A apreensão do material
Além de Thiago, foi encontrado em seu poder:
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1 revólver calibre 38;
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4 munições intactas e 2 deflagradas;
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5 pinos de cocaína prontos para venda;
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1 porção de maconha.
Todo o armamento e entorpecentes foram recolhidos pelos policiais e levados para a delegacia de Camaçari, onde serão periciados e vão compor o inquérito para elucidar detalhes do caso.
O susto tomou conta dos moradores, que agora pedem mais presença policial para evitar novos confrontos. “A gente quer morar em paz”, desabafa Dona Maria, que vive há 20 anos no Terreiro de Jauá. “Quando escutamos os tiros, correu todo mundo para dentro de casa. Foi um caos.”
Em nota oficial, a 59ª CIPM reforçou que a ação foi legal e necessária, pois Thiago apresentou risco iminente à vida dos policiais e de civis. A corporação disse ainda que seguirá com patrulhamento reforçado na região para garantir a segurança dos moradores.
O caso agora está sob investigação da Polícia Civil de Camaçari. Peritos vão analisar as armas e as munições, além de ouvir testemunhas e verificar câmeras de segurança pelos arredores. A motivação exata do confronto e se havia mais pessoas envolvidas ainda serão apuradas.
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