Os moradores da orla de Camaçari, na Bahia, não estão nada satisfeitos com os valores cobrados pelo pedágio da Estrada do Coco, que é administrado pela concessionária Litoral Norte. A tarifa, que chega a R$ 14 durante os finais de semana e feriados, está pesando no bolso de quem usa a via regularmente, seja para trabalhar, fazer compras ou visitar parentes em bairros vizinhos.
Essa insatisfação, aliás, vem crescendo com o passar do tempo, especialmente entre aqueles que precisam fazer esse trajeto com frequência. Afinal, não é apenas o pedágio que pesa, mas também o impacto nos custos de vida, como combustível e manutenção do carro. Com o aumento das reclamações, a população está exigindo mudanças, mas até agora não houve nenhuma resposta concreta por parte da empresa responsável.
Muita gente tem usado as redes sociais e grupos de mensagens para relatar o peso do pedágio no orçamento. Um exemplo que chamou atenção foi o depoimento de um morador que foi à Vila de Abrantes fazer compras no sábado, dia 18. Ele precisou desembolsar nada menos que R$ 28 para ir e voltar, um gasto que considerou absurdo.
“Isso é um verdadeiro roubo. Não faz sentido pagar esse valor para ir ali pertinho. No mínimo, a volta deveria ser gratuita. Esses preços afastam os turistas e prejudicam quem mora na região”, desabafou o morador.
Casos como o dele não são isolados. Muitas famílias que moram na orla de Camaçari e em outras localidades próximas têm sofrido para equilibrar as contas, principalmente em tempos de crise econômica. Além disso, comerciantes da região também se dizem prejudicados, pois o alto custo do pedágio afasta potenciais clientes e reduz o movimento.
A Estrada do Coco é uma das principais rotas que conectam Salvador e a região metropolitana à famosa Linha Verde, um dos destinos turísticos mais procurados do litoral norte da Bahia. Além de servir às praias paradisíacas, a via também é rota obrigatória para moradores que precisam se deslocar entre bairros próximos.
Com os valores atuais, muita gente tem evitado passar pela estrada, prejudicando o turismo e o comércio local. Pequenos empreendedores de Vila de Abrantes, Guarajuba e outras localidades relatam que o movimento caiu bastante, especialmente nos finais de semana e feriados.
“Os turistas não querem pagar pedágio para vir aqui. Isso impacta diretamente o meu negócio, porque dependo do fluxo de visitantes”, disse uma comerciante que vende artesanatos em Guarajuba.
Diante de tantas queixas, a população tem organizado abaixo-assinados e manifestos para pressionar a concessionária Litoral Norte. Entre as reivindicações, estão:
- Isenção para moradores locais: A ideia é que os residentes da região tenham direito a passar sem custo ou com um valor reduzido.
- Tarifa menor nos finais de semana e feriados: Proposta que busca incentivar o turismo e aliviar o bolso de quem usa a via para lazer ou trabalho.
- Mais transparência nos gastos: Muitos moradores questionam o destino do dinheiro arrecadado e pedem auditorias mais frequentes.
Apesar da pressão popular, a concessionária responsável ainda não deu uma resposta oficial às reclamações. Isso tem gerado ainda mais revolta entre os moradores, que se sentem ignorados e sem alternativas. Muitos questionam o contrato firmado entre o governo e a empresa, alegando que os valores cobrados são incompatíveis com a realidade da população.
Enquanto isso, os motoristas buscam alternativas para economizar, como rotas alternativas. No entanto, essas opções geralmente são mais longas e cheias de buracos, causando ainda mais transtornos.
Especialistas em mobilidade urbana explicam que o pedágio é uma forma de custear a manutenção da rodovia, mas concordam que os valores devem ser proporcionais à realidade econômica da região. Para eles, a questão é sensível porque envolve contratos de concessão que geralmente têm regras rigídas. Ainda assim, afirmam que a pressão popular pode ser um caminho para renegociar as tarifas.
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