A oposição trabalha para mudar a Lei da Ficha Limpa e reduzir o tempo de inelegibilidade de oito para dois anos
A oposição trabalha para mudar a Lei da Ficha Limpa e reduzir o tempo de inelegibilidade de oito para dois anos

Nos bastidores da política brasileira, um movimento liderado pela oposição pode mudar as regras do jogo eleitoral. Enquanto se discute um projeto de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estão trabalhando para modificar a Lei da Ficha Limpa. Se essa alteração for aprovada, Bolsonaro pode recuperar seus direitos políticos e concorrer à presidência em 2026.

O projeto de lei, apresentado pelo deputado Bibo Nunes (PL-RS), sugere que o tempo de inelegibilidade de políticos condenados seja reduzido de oito para dois anos. Atualmente, a punição começa a contar a partir da decisão judicial, o que impede Bolsonaro de disputar eleições por quase uma década. Com a mudança, o período de penalização passaria a ser contados desde a eleição que levou à condenação, reduzindo significativamente o tempo fora das urnas.

Se o projeto for aprovado, Bolsonaro poderá se candidatar já nas próximas eleições presidenciais, algo que anima seus apoiadores e preocupa seus opositores.

A proposta já tem o apoio de 73 deputados de partidos como PL, MDB, Patriota, PP, PSD e Republicanos. O objetivo é garantir uma base sólida para a aprovação do projeto no Congresso. O próprio senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, tem trabalhado nos bastidores para conquistar mais adesões.

A estratégia da oposição é ampliar o apoio político, argumentando que a inelegibilidade de oito anos prejudica não só Bolsonaro, mas também vários outros políticos que foram punidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A expectativa é que a proposta gere uma grande discussão no Congresso e aumente ainda mais o embate entre o Legislativo e o Judiciário.

Caso seja aprovada, a nova regra pode mudar completamente o cenário eleitoral brasileiro. Bolsonaro, que ainda tem uma base fiel de apoiadores, poderia voltar a disputar cargos eletivos muito antes do esperado. Isso fortalece a oposição ao governo atual e pode influenciar diretamente nas próximas eleições.

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Por outro lado, a proposta também enfrenta forte resistência. Partidos da base governista e grupos que defendem a moralização da política alegam que a Lei da Ficha Limpa foi criada para impedir que políticos condenados voltem ao poder rapidamente. Caso a mudança seja aprovada, pode haver um questionamento jurídico para barrar a nova legislação.

A proposta ainda precisa passar por comissões na Câmara dos Deputados antes de ser votada no plenário. Se for aprovada, segue para o Senado e, depois, para sanção presidencial. O presidente Lula pode vetar a mudança, mas o Congresso tem poder para derrubar o veto.

Enquanto isso, Bolsonaro e seus aliados seguem mobilizando apoio. Se conseguirem aprovar a proposta, a eleição de 2026 pode ter um novo protagonista.

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