Eles estavam ligados ao sequestro de um argentino e um baiano em janeiro.
Eles estavam ligados ao sequestro de um argentino e um baiano em janeiro.

Na manhã desta quinta-feira (8), moradores de vários bairros de Salvador e cidades próximas acordaram com movimentação intensa da polícia. Era o início de uma grande operação realizada pela Polícia Civil da Bahia, que visava prender suspeitos de envolvimento em crimes graves, incluindo o sequestro de duas pessoas — um argentino e um baiano — que aconteceu no início deste ano, entre as praias de Itacimirim e Praia do Forte.

O clima era de tensão. Em vários pontos da capital e região metropolitana, viaturas, agentes fortemente armados e até helicópteros chamaram a atenção da população. Mas o que parecia ser “só mais uma operação policial” acabou com dois suspeitos mortos e uma grande quantidade de drogas e armas apreendidas.

Segundo informações da Polícia Civil, os dois homens que acabaram mortos durante a operação eram figuras conhecidas no mundo do crime. Um deles era Jean Rocha dos Santos, apelidado de “Cafetão” ou “Aristóteles”. Ele foi apontado como um dos líderes de uma quadrilha que teria conexões com facções criminosas do Rio de Janeiro.

Jean foi encontrado no bairro da Vila Laura, em Salvador. Ao perceber que seria abordado pela polícia, ele teria reagido, e acabou sendo baleado no confronto. Apesar de ter sido socorrido, Jean não resistiu aos ferimentos e morreu.

O outro suspeito era Henrique Conceição Santos, mais conhecido como “Tartaruga” ou “Itália”. Ele foi localizado no bairro de Canabrava. Assim como Jean, Henrique também teria reagido à abordagem policial e acabou sendo atingido pelos disparos. Também chegou a ser socorrido, mas morreu logo depois.

Essas duas mortes, segundo a polícia, foram resultado da resistência dos suspeitos e fazem parte do desdobramento das investigações do sequestro que chocou a Bahia no início do ano.

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O sequestro que motivou toda essa operação aconteceu em janeiro de 2025. Um argentino e um baiano foram sequestrados enquanto estavam na estrada entre Itacimirim e Praia do Forte, dois destinos turísticos bastante procurados no litoral norte da Bahia.

Os detalhes do sequestro ainda são mantidos sob sigilo pelas autoridades, mas o que se sabe é que os criminosos teriam feito as vítimas reféns por algum tempo. A suspeita é que o crime esteja relacionado a disputas entre facções criminosas e também com tráfico de drogas.

Desde então, a polícia vinha investigando o caso de perto. Foram meses de escutas, vigilância e monitoramento para conseguir identificar todos os envolvidos. A operação desta quinta-feira foi o resultado de todo esse trabalho.

A operação não ficou restrita apenas a Salvador. Além de bairros como Brotas, Parque Bela Vista, Periperi, Vila Laura e Canabrava, as ações também se estenderam para cidades da Região Metropolitana, como Camaçari, Lauro de Freitas, além de Feira de Santana e Praia do Forte, local onde o sequestro aconteceu.

No total, foram 10 mandados de prisão e 26 mandados de busca e apreensão cumpridos durante a ação. Ou seja, a polícia entrou em várias casas, apartamentos e estabelecimentos comerciais em busca de provas, armas, drogas e também pessoas envolvidas diretamente com o sequestro e com a facção criminosa investigada.

Durante as buscas, os agentes apreenderam uma grande quantidade de material ilícito. Foram encontradas armas de fogo, munições de fuzil, além de porções de maconha e crack, que estavam escondidas em locais estratégicos, como paredes falsas, fundos de armários e até em vasos sanitários.

As apreensões reforçam a suspeita de que a organização criminosa era bem estruturada e operava não só com sequestros, mas também com o tráfico de drogas e armas em Salvador e cidades vizinhas.

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A operação foi um trabalho conjunto de vários setores da Polícia Civil. Estavam envolvidos:

  • Draco (Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado)

  • DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa)

  • Denarc (Departamento de Repressão e Combate ao Narcotráfico)

  • Depom (Departamento de Polícia Metropolitana)

  • Core (Coordenação de Operações e Recursos Especiais)

  • Polinter (Polícia Interestadual)

Ou seja, foi uma ação coordenada, com planejamento detalhado e execução rápida. O objetivo era não só prender os suspeitos do sequestro, mas também desmantelar a quadrilha por trás dos crimes.

Mesmo com dois suspeitos mortos e outros mandados cumpridos, a polícia deixou claro que o trabalho ainda não terminou. As investigações continuam e o objetivo agora é capturar outros integrantes da organização criminosa que ainda estão foragidos.

A polícia já tem pistas sobre o paradeiro de alguns desses suspeitos e pede a colaboração da população. Qualquer informação pode ser passada de forma anônima através do Disque Denúncia (181).

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