Autoridades seguem apurando e novos envolvidos podem ser identificados.
Autoridades seguem apurando e novos envolvidos podem ser identificados.

As autoridades da Bahia seguem apertando o cerco contra esquemas de corrupção no sistema prisional. Nesta segunda-feira (31), mais um capítulo dessa história veio à tona com o afastamento do policial penal Francisco Carlos da Cunha, acusado de cobrar propina para liberar saídas irregulares de presos. A ação faz parte da segunda fase da Operação Falta Grave, deflagrada em Salvador, com o objetivo de desmantelar um esquema ilegal que beneficiava detentos dispostos a pagar pela liberdade temporária.

As investigações são conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais (Gaeco) e pelo Grupo de Atuação Especial de Execução Penal (Gaep), com apoio da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap) e da Polícia Militar da Bahia. O principal alvo da investigação, Francisco Carlos da Cunha, trabalhava na Casa do Albergado e Egresso (CAE), unidade voltada para detentos em progressão de regime.

De acordo com o Ministério Público da Bahia (MPBA), o policial penal exigia valores que variavam entre R$ 20 e R$ 70 por dia para permitir que presos passassem a noite fora da unidade prisional. Em feriados e finais de semana, os preços subiam ainda mais. Para encobrir a irregularidade, agentes do esquema assinavam retroativamente o livro de presença dos detentos, garantindo que suas ausências não fossem detectadas oficialmente.

As investigações apontam que a prática já era conhecida dentro do sistema prisional e beneficiava diversos presos que estavam em progressão de regime. Francisco Carlos da Cunha já havia sido citado na primeira fase da Operação Falta Grave, ocorrida em setembro de 2024. As provas colhidas anteriormente serviram de base para que ele fosse denunciado por corrupção passiva e associação criminosa.

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O caso não envolve apenas Francisco Carlos da Cunha. Outros quatro agentes penais também foram denunciados e podem ser responsabilizados conforme as investigações avançam. A 1ª Vara Criminal Especializada da Comarca de Salvador determinou o afastamento do policial penal no dia 27 de março, como medida preventiva para evitar interferências na apuração do caso.

A Operação Falta Grave tem como principal objetivo desmantelar esquemas de corrupção dentro do sistema prisional baiano. Com essa segunda fase da operação, as autoridades esperam identificar outros envolvidos e coibir de vez a prática ilegal.

A investigação também busca entender a extensão da rede criminosa e até onde essa prática pode ter chegado dentro da administração penitenciária. Se comprovadas as denúncias, os envolvidos podem enfrentar sérias consequências na Justiça, incluindo a perda do cargo e penas severas por corrupção.

O combate à corrupção no sistema prisional é um passo essencial para garantir a credibilidade da justiça e da segurança pública. Casos como esse mostram a importância de fiscalização rigorosa e investigações detalhadas para impedir que agentes públicos se aproveitem de suas funções para obter vantagens indevidas.

A população acompanha atentamente os desdobramentos da Operação Falta Grave e espera que todos os envolvidos sejam devidamente responsabilizados. A investigação segue em andamento, e novas fases podem ser deflagradas conforme surgirem mais provas e indícios de participação de outros agentes.

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