Fotos - Alice Rodrigues
Fotos - Alice Rodrigues

A cena cultural baiana se movimenta com mais uma oportunidade transformadora. Estão abertas, até o dia 25 de junho, as inscrições para a residência artística em dança “Dembwa – Mapear o Movimento: tempo, memória e ancestralidade”, um projeto voltado exclusivamente para jovens artistas pretos(as) e LGBTQIAPN+ residentes na Bahia.

A iniciativa propõe uma imersão profunda na memória corporal, na ancestralidade e na escuta coletiva. Com foco na dança como instrumento de resistência, expressão poética e política, a residência será realizada no Espaço Xisto Bahia, em Salvador, nos dias 02, 04, 07, 09, 11 e 14 de julho, sempre das 8h às 12h. Dez participantes serão selecionados e receberão um cachê de R$1.000,00.

O projeto é uma expansão do espetáculo “Dembwa”, criado pelos artistas Marcos Ferreira e Ruan Wills, que partem de suas experiências como homens pretos, periféricos, afeminados e filhos de terreiro. A residência propõe uma vivência criativa com base nas danças de origem popular, de terreiro, de rua e de festa — integrando ritmos como pagode baiano, funk e manifestações religiosas afro-brasileiras.

“A ideia é fazer do corpo um documento vivo, que expressa não apenas movimentos, mas também histórias, afetos e ancestralidade”, explica Marcos Ferreira. Ao longo dos seis encontros, os participantes serão conduzidos por uma jornada de escuta, gesto e partilha, culminando em uma apresentação pública.

A proposta é ir além da técnica: é um chamado para dançar o que se é, o que se lembra e o que se deseja lembrar. Para isso, a seleção prioriza pessoas que enxergam a dança como uma extensão de suas vivências e identidades.

Segundo Ruan Wills, “a residência é uma forma de reforçar que nossos corpos são referências vivas de uma ancestralidade que pulsa no agora”. A dupla também ressalta que o projeto não cobre despesas de transporte, hospedagem ou alimentação para participantes de outras cidades.

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As inscrições podem ser realizadas por meio do formulário online disponível neste link ou através do perfil oficial do projeto no Instagram: @Dembwa_.

A residência conta com o apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura, e é viabilizada pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), sob coordenação do Ministério da Cultura.

Quem são os artistas por trás de Dembwa?

Marcos Ferreira atua como dançarino, coreógrafo e educador. É membro da Jorge Silva Cia de Dança, diretor do Grupo Jeitus e do Balé Jovem de Cajazeiras, além de cursar licenciatura em Dança na UFBA.

Ruan Wills tem trajetória marcada pela diversidade artística. Começou na dança com a irmã em um grupo de axé, passou por escolas de balé clássico, dança moderna e teatro, e integrou o Bando de Teatro Olodum. Hoje, atua em projetos independentes que valorizam a performance negra e a experimentação corporal.

Serviço

  • O que: Residência artística “Dembwa – Mapear o Movimento: tempo, memória e ancestralidade”

  • Quando: De 02 a 14 de julho (encontros) | Inscrições até 25 de junho

  • Onde: Espaço Xisto Bahia – Salvador/BA

  • Inscrições: Formulário online

  • Mais informações: Instagram oficial do projeto: @Dembwa_

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