A manhã desta quarta-feira (9) começou movimentada para os agentes da Polícia Civil da Bahia, que saíram em operação contra um grupo suspeito de aplicar golpes por meio de rifas online ilegais. O alvo principal da ação foi o rifeiro Ramhon Dias, velho conhecido das autoridades. Mesmo estando sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, ele foi localizado e preso em São Paulo, onde vinha vivendo mesmo sob ordens judiciais.
Essa prisão faz parte da segunda fase da Operação Falsas Promessas, uma ofensiva policial que tem como objetivo desmontar um esquema milionário de sorteios irregulares que vinham sendo promovidos pela internet. A operação é comandada pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD).
Além da prisão de Ramhon, também foram detidos um casal apontado como sendo os verdadeiros líderes do esquema. Eles estavam vivendo confortavelmente em um condomínio de luxo na Estrada do Coco, que fica na Região Metropolitana de Salvador (RMS). Mesmo com o padrão de vida alto, tudo indica que o dinheiro que bancava essa ostentação vinha de atividades ilegais.
Você já deve ter visto por aí na internet, principalmente em redes sociais, pessoas fazendo rifas de carros, motos, celulares e até dinheiro em espécie. Mas o que muita gente não sabe é que, para fazer sorteios desse tipo, é preciso autorização dos órgãos competentes. Sem isso, a prática é considerada ilegal.
Essas rifas irregulares, além de enganarem o público, muitas vezes servem para esconder crimes maiores, como a lavagem de dinheiro. No caso de Ramhon e do grupo investigado, a polícia acredita que eles usavam os sorteios como fachada para movimentar grandes quantias de dinheiro obtidas de forma ilícita.
Mesmo que a prisão de Ramhon tenha sido feita em São Paulo, a operação desta quarta-feira aconteceu simultaneamente em várias partes da Bahia, incluindo a capital Salvador, cidades da Região Metropolitana e até o interior do estado. Diversos mandados judiciais estão sendo cumpridos, tanto de prisão quanto de medidas cautelares, como busca e apreensão.
A investigação segue em andamento, e os investigadores ainda estão rastreando os caminhos por onde o dinheiro circulava. A suspeita é de que a quadrilha atuava há bastante tempo e que, além das rifas, pode haver outras atividades criminosas envolvidas no esquema.
Ramhon Dias não é novato nesse tipo de problema com a Justiça. Ele já havia sido preso no ano passado, durante a primeira fase da mesma operação. Naquela ocasião, foi detido e passou alguns meses preso. Depois, conseguiu um benefício de liberdade provisória, mas com a condição de usar tornozeleira eletrônica, ou seja, ele estava sendo monitorado 24 horas por dia.
Mesmo assim, isso não impediu que ele voltasse a se envolver em atividades suspeitas. Agora, com essa nova prisão, o caso ganha mais força, e as autoridades esperam manter os acusados presos por mais tempo, até que todo o esquema seja desvendado.
De acordo com a Polícia Civil, o grupo investigado promovia sorteios falsos, usando plataformas digitais para alcançar milhares de pessoas em diferentes estados do Brasil. A promessa de prêmios atrativos como carros de luxo e motos de alto valor fazia com que muita gente participasse, pagando valores que pareciam baixos, mas que somados movimentavam milhões de reais.
Esse dinheiro era depois desviado, lavado e reaplicado em outras atividades, como imóveis, veículos e até investimentos em empresas que funcionavam como “fachadas”. Tudo isso servia para dar aparência de legalidade ao dinheiro sujo.
Com a popularização da internet e das redes sociais, esse tipo de sorteio ficou cada vez mais comum. No entanto, nem todos os sorteios que você vê por aí são confiáveis. Muitas vezes, os organizadores não têm autorização para realizar esses eventos e estão apenas tentando lucrar ilegalmente.
Além disso, há riscos para quem participa. Algumas pessoas acabam sendo enganadas, nunca recebem os prêmios prometidos, e o dinheiro investido é perdido. Por isso, é importante sempre verificar se a rifa ou sorteio está devidamente autorizado e registrado nos órgãos competentes.
A Operação Falsas Promessas mostra que a Justiça está cada vez mais atenta a esse tipo de crime. O uso de tornozeleira eletrônica por Ramhon não impediu a continuidade das investigações e agora levou a uma nova prisão. A polícia segue acompanhando os passos do grupo e promete novas ações nos próximos dias.
Segundo os agentes envolvidos na operação, esse tipo de crime está crescendo e precisa ser combatido com rigor. A prática de rifas ilegais pode parecer algo simples à primeira vista, mas quando envolve lavagem de dinheiro e organização criminosa, os responsáveis podem responder por diversos crimes graves.
Um detalhe que chamou atenção foi o local onde o casal apontado como líder do esquema foi preso. Eles estavam morando em um condomínio de luxo na Estrada do Coco, uma das regiões mais valorizadas da RMS. A ostentação era visível, mas o que sustentava aquele estilo de vida era, segundo a polícia, o dinheiro das rifas ilegais.
Os dois foram detidos nas primeiras horas da manhã, e a polícia cumpriu mandados de busca no imóvel, apreendendo celulares, documentos, notebooks e até veículos de alto valor. Todo esse material vai agora ser analisado pela equipe da Draco-LD, que busca entender a extensão total do golpe.
Como a investigação ainda está em andamento, os agentes não descartam novas prisões nos próximos dias. Outras pessoas ligadas ao grupo estão sendo monitoradas e podem ser chamadas para prestar esclarecimentos ou até mesmo ser presas, caso novas provas surjam.
Além disso, a polícia também está de olho em possíveis laranjas, ou seja, pessoas que emprestavam seus nomes para abrir contas bancárias ou empresas, ajudando o grupo a movimentar o dinheiro de forma disfarçada.
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