Os rodoviários da região metropolitana de Salvador decidiram entrar em greve por tempo indeterminado, a partir do dia 28 de janeiro, depois que as negociações salariais com as empresas do setor não chegaram a nenhum acordo. A decisão foi tomada em uma assembleia realizada na manhã desta quinta-feira (16) nas garagens das empresas de transporte. Para realizar a votação e organizar o movimento, o serviço foi suspenso entre 4h e 8h da manhã.
Os municípios que serão afetados pela greve incluem Lauro de Freitas, Candeias, Camaçari, Madre de Deus, Santo Amaro, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé, além de outras áreas ao longo da Linha Verde.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários da Região Metropolitana (Sindmetro), os rodoviários estão lutando por melhorias salariais que já haviam sido reivindicadas em campanhas anteriores. No entanto, mesmo após uma nova rodada de negociações com os representantes das empresas, realizada na quarta-feira (15), não houve avanços concretos.
De acordo com Mário Cléber, presidente do Sindmetro, os empresários apenas pediram mais tempo, mas não apresentaram nenhuma proposta concreta para resolver o problema. “Eles só falam do prejuízo que estão tendo, mas quando perguntamos sobre o reajuste salarial, dizem que não têm condição de dar. É sempre assim: muita conversa, mas nada de prático.”
Mário destacou ainda que a categoria já vem enfrentando dificuldades há tempos, com condições de trabalho cada vez piores e sem nenhum reconhecimento. “Essa greve é para mostrar que a gente não aceita mais isso. Estamos aqui para lutar pelos nossos direitos, e vamos até o fim.”
Com a paralisação, milhares de pessoas que dependem do transporte público nessas regiões vão enfrentar dificuldades para se deslocar. Os rodoviários deixaram claro que, até que haja uma proposta justa das empresas, os ônibus permanecerão parados.
A paralisação atinge principalmente as empresas Avanço, Atlântico, Cidade Sol e Expresso Vitória. Apesar de terem sido procuradas, as companhias não deram retorno sobre o caso até o momento. O Sindmetro afirmou que o espaço segue aberto para negociações, mas ressaltou que a decisão de greve foi tomada pela falta de avanço nas conversas.
Os trabalhadores estão pedindo:
- Reajuste salarial que acompanhe a inflação;
- Melhoria nas condições de trabalho, incluindo infraestrutura nas garagens;
- Redução na jornada de trabalho para evitar sobrecarga;
- Benefícios como vale-refeição mais justo e aumento no valor do ticket alimentação.
Segundo o sindicato, essas reivindicações são básicas e visam garantir dignidade para os trabalhadores, que têm um papel essencial no dia a dia das cidades.
As empresas de transporte foram procuradas para se manifestar sobre a greve, mas, até o momento da publicação desta matéria, nenhuma delas havia enviado um posicionamento oficial.
O que se sabe é que a situação financeira dessas empresas também é delicada. Muitas afirmam que estão operando com prejuízo devido à queda no número de passageiros e aos altos custos operacionais. No entanto, os rodoviários questionam essa narrativa, argumentando que os problemas financeiros não justificam o descaso com os funcionários.
Enquanto isso, a população que depende dos ônibus deve se preparar para buscar alternativas de transporte nos próximos dias. Serviços como aplicativos de carona, transporte alternativo e até mesmo o uso de bicicletas podem se tornar opções para quem precisa se deslocar. No entanto, essas soluções nem sempre são acessíveis ou viáveis para todos.
A greve, além de prejudicar os usuários, também deve gerar impactos na economia local. Com a dificuldade de transporte, muitos trabalhadores podem enfrentar atrasos ou até mesmo faltar ao trabalho, afetando a produção em vários setores.
O Sindmetro afirmou que está disposto a retomar as negociações a qualquer momento, desde que as empresas apresentem propostas concretas. A expectativa é de que o movimento sirva como um alerta para a importância dos rodoviários e leve as partes a um entendimento.
Enquanto isso, a categoria continua mobilizada, e os ônibus, parados. A greve só deve acabar quando houver um acordo que contemple as reivindicações da categoria. Resta aguardar os próximos capítulos dessa história, que promete impactar o cotidiano de milhares de pessoas.
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