O transporte público coletivo em Camaçari, que já enfrentava sérios problemas, chegou a um ponto crítico. No último sábado (23), o contrato emergencial firmado pela Prefeitura com três empresas de ônibus expirou, deixando o sistema à beira do colapso. Agora, sem novas licitações homologadas, o município enfrenta uma situação de completo desamparo no transporte público.
Na segunda-feira (25), o procurador-geral do município, Bruno Nova, prometeu buscar soluções e planeja se reunir com representantes do Ministério Público da Bahia (MP-BA) e da Superintendência de Trânsito e Transporte (STT). Além disso, o grupo espera contar com a presença de um representante do prefeito eleito Luiz Caetano (PT) para buscar caminhos que revertam essa crise.
Mas como chegamos a esse ponto? Quais fatores levaram o transporte público de Camaçari a essa situação tão delicada? Vamos entender os detalhes.
O Que Deu Errado na Licitação?
Em 15 de janeiro de 2024, foi iniciada uma licitação com o objetivo de conceder a operação do transporte público coletivo do município por 15 anos. No entanto, essa licitação não foi homologada devido a imbróglios jurídicos, que colocaram em xeque o planejamento da Prefeitura.
Segundo fontes ligadas ao governo, o principal problema foi a falta de previsão no edital para a aquisição de ônibus elétricos e a possibilidade de tarifa zero – dois aspectos que vêm ganhando destaque nas políticas de mobilidade urbana em diversas cidades brasileiras.
As três empresas classificadas para operar o sistema – Atlântico, DZSET e Safira – foram separadas em dois lotes para a concessão. Porém, sem o aval necessário para seguir com o processo, a licitação ficou estagnada.
Contrato Emergencial: Solução Temporária Chegou ao Fim
Desde a expiração do contrato emergencial no dia 23, os ônibus que continuarem circulando em Camaçari estão operando de forma irregular. O contrato previa a atuação de 25 ônibus para atender à demanda da cidade, um número já considerado insuficiente pelos moradores.
Com o término dessa medida provisória e sem uma nova alternativa definida, a população, que já enfrentava dificuldades como ônibus lotados, atrasos e trajetos limitados, agora se vê ainda mais prejudicada.
O Papel da Prefeitura e Próximos Passos
A Prefeitura está tentando encontrar saídas para evitar um colapso total no sistema de transporte público. A reunião proposta com o Ministério Público e a STT será um momento crucial para definir ações emergenciais e discutir possíveis soluções.
Além disso, a presença de um representante do prefeito eleito Luiz Caetano é fundamental, pois ele deverá assumir a responsabilidade por conduzir as melhorias no transporte a partir de janeiro de 2025.
Para quem depende do transporte público em Camaçari, a situação está longe de ser apenas um problema administrativo – é uma questão que afeta diretamente o dia a dia. Pessoas que utilizam os ônibus para trabalhar, estudar ou acessar serviços básicos estão enfrentando incertezas.
A ausência de uma solução concreta pode resultar em:
- Atrasos e faltas no trabalho: Sem transporte regular, muitos trabalhadores podem enfrentar dificuldades para cumprir horários.
- Redução de oportunidades: Pessoas que dependem dos ônibus para acessar áreas mais distantes podem ter suas opções limitadas.
- Aumento nos custos: Com a falta de transporte público eficiente, a população pode ser obrigada a recorrer a alternativas mais caras, como aplicativos de transporte ou táxis.
A Falta de Planejamento e a Busca por Inovação
O transporte público é essencial para garantir a mobilidade urbana, mas, em Camaçari, parece haver uma desconexão entre as demandas da população e as políticas públicas implementadas.
A ausência de ônibus elétricos no edital, por exemplo, reflete uma visão ultrapassada em um momento em que a sustentabilidade ganha cada vez mais importância. A inclusão de tarifas zero também poderia ser uma alternativa viável para reduzir os custos e aumentar o acesso ao transporte coletivo.
Enquanto a Prefeitura busca resolver os entraves jurídicos e operacionais, os moradores de Camaçari vivem uma rotina ainda mais complicada. A crise no transporte público é um reflexo da necessidade de maior planejamento, investimento e compromisso com a população.
A pergunta que fica é: até quando os moradores terão que enfrentar esses desafios sem uma solução definitiva?
DEIXE O SEU COMENTÁRIO