A trajetória de Dilma Mendes, nascida e criada em Camaçari, é um exemplo de resistência e inspiração. Reconhecida pelo jornal britânico The Guardian como uma “treinadora icônica” e símbolo global do futebol feminino, ela construiu uma carreira marcada por pioneirismo, conquistas históricas e a revelação de talentos que marcaram o esporte.
Dilma começou a jogar bola ainda na infância, em uma época em que o futebol feminino era proibido no Brasil. Para praticar, precisava se esconder — e chegou a ser detida pela polícia por desafiar as regras da época. “A polícia me prendia, mas não conseguia me manter por muito tempo, porque era uma cidade pequena. Não podiam me deixar na cela por jogar futebol”, contou ao The Guardian.
Décadas depois, sua determinação a levou ao topo. Em 2022, recebeu da Federação Internacional de Futebol 7 o título de melhor treinadora do mundo. Sob seu comando, a Seleção Brasileira de Futebol 7 conquistou três Copas América (2019, 2020 e 2022) e o Campeonato Mundial de 2019.
Entre seus feitos mais marcantes está a descoberta de Formiga, considerada uma das maiores atletas da história do futebol brasileiro. Dilma conheceu a jogadora quando ela tinha apenas nove anos, descalça, jogando nas ruas de Salvador. Hoje, Formiga é capitã e assistente técnica da Seleção Brasileira de Futebol 7, atuando lado a lado com a treinadora que mudou seu destino.
Agora, Dilma e Formiga se preparam para mais um desafio: o Campeonato Mundial de Futebol 7, que será disputado em Curitiba entre 21 e 24 de agosto deste ano.
Mais do que títulos, Dilma Mendes construiu um legado de resistência e igualdade. “Eu sempre lutei para abrir portas que antes eram fechadas para nós, mulheres. A luta é pela vida toda”, afirma. Inspirando novas gerações, ela segue firme na missão de transformar o futebol feminino e dar voz às mulheres dentro e fora dos campos.
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