Camaçari lança novas diretrizes para rastreamento do câncer do colo do útero

Na última sexta-feira (15), Camaçari se tornou palco do lançamento nacional das novas diretrizes para o rastreamento do câncer do colo do útero, um marco importante na prevenção da doença no Brasil. O evento aconteceu no Centro de Atenção à Saúde da Mulher (CASM), no bairro Gleba B, e apresentou oficialmente o teste de DNA-HPV como método primário de rastreamento, substituindo o tradicional Papanicolau.

A iniciativa faz parte do Plano Nacional para Eliminação do Câncer do Colo do Útero, dentro do programa Agora Tem Especialistas, do Ministério da Saúde. A nova metodologia busca garantir diagnósticos mais rápidos, sensíveis e seguros, ampliando as chances de detectar precocemente o vírus HPV, principal causador da doença.

Primeiras unidades já aplicam o exame

Em Camaçari, três unidades de saúde passaram a aplicar o novo teste com apoio do CASM: USF Camaçari de Dentro, USF Machadinho e USF Vila de Abrantes, envolvendo sete equipes da Estratégia Saúde da Família. A expectativa é reduzir significativamente o número de mulheres que descobrem a doença em estágios avançados.

Como funciona o novo protocolo

O teste de DNA-HPV será oferecido a mulheres de 25 a 60 anos, com periodicidade de cinco anos em casos negativos. Quando identificado HPV dos tipos 16 ou 18, a paciente será encaminhada diretamente para colposcopia. Para os demais tipos, será feita uma análise complementar (citologia reflexa).

O processamento dos exames ficará a cargo do LACEN-BA (Laboratório Central de Saúde Pública Prof. Gonçalo Moniz), que fará a análise molecular dos resultados.

Expansão para toda a Bahia

O Ministério da Saúde, a Sesab (Secretaria da Saúde da Bahia) e o Cosems-BA (Conselho Estadual dos Secretários Municipais de Saúde) irão coordenar um programa de capacitação para que os 417 municípios baianos adotem o novo protocolo.

Avanço para salvar vidas

Para a secretária da Saúde da Bahia, Roberta Santana, a adoção desse exame representa um salto na prevenção.

“Estamos falando de uma estratégia que une ciência e tecnologia para salvar vidas. Quanto antes identificarmos as lesões, maiores são as chances de evitar o desenvolvimento do câncer e reduzir a mortalidade”, afirmou.