A comunidade de Barra do Jacuípe, em Camaçari, está revoltada. O motivo? A falta de fiscalização e o avanço de construções irregulares às margens do Rio Jacuípe, em uma área de preservação ambiental. No local conhecido como Porto das Brabas do Mares e Rios, na Rua Loteamento Canto do Rio, os problemas só aumentam, e os moradores sentem que foram esquecidos pelas autoridades.
A situação chegou ao limite, com denúncias de que invasores de fora da região estão erguendo muros, rampas e cercas, tomando espaço que deveria ser protegido. Para a comunidade local, que inclui pescadores, turistas e ciclistas, o impacto dessas ações vai muito além do visual: a destruição ambiental ameaça um modo de vida inteiro.
Denúncia: Construções Irregulares e Falta de Respeito
Uma moradora indignada, que prefere não se identificar, relatou o que tem acontecido na região. Segundo ela, os invasores estão construindo em áreas próximas ao mangue, desrespeitando totalmente a natureza e as leis ambientais. “Já estão subindo muro cheio de piquete, invadindo as laterais próximas ao mangue. Isso tá correto, meu povo? Não tá! Aqui é área de preservação!”, desabafou.
As margens do Rio Jacuípe são protegidas por leis ambientais que visam preservar o ecossistema local. No entanto, a ausência de fiscalização tem facilitado as invasões. A população está incrédula com a falta de ação da Prefeitura de Camaçari e, principalmente, da Sedur (Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente).
Contradições na Fiscalização
A comunidade questiona a diferença de tratamento que tem sido dada às construções. “Quando um pescador monta um barraco de taipa, logo aparece polícia e Sedur pra derrubar. Mas e agora? Cadê a fiscalização?”, pergunta outra moradora.
De acordo com os moradores, o descaso é evidente. Enquanto grandes condomínios avançam com construções de luxo, pescadores, que dependem do rio para sobreviver, enfrentam um rígido controle.
O sentimento de abandono é compartilhado por muitos. Para os 265 pescadores que vivem na região, o Rio Jacuípe é uma fonte de sustento. Além deles, a área também é utilizada por ciclistas, turistas e grupos religiosos, que agora se veem privados do direito de usufruir de um patrimônio natural.
Impacto Ambiental
O Rio Jacuípe não é apenas um ponto turístico ou um lugar de trabalho para os pescadores: ele é parte essencial da identidade de Barra do Jacuípe. As margens do rio abrigam uma rica biodiversidade, incluindo manguezais, que são cruciais para o equilíbrio ambiental.
Com as invasões e construções irregulares, a fauna e a flora locais estão sob ameaça. A destruição dos mangues pode causar desequilíbrios no ecossistema, prejudicando espécies que dependem desse ambiente para se reproduzir e sobreviver.
Além disso, o avanço das construções pode causar alagamentos e erosões, colocando em risco não apenas o meio ambiente, mas também os próprios moradores da região.
O Pedido dos Moradores
A comunidade de Barra do Jacuípe está unida em um único pedido: justiça e respeito. Eles exigem que a Sedur tome medidas concretas para investigar as construções irregulares e punir os responsáveis. “Não estamos pedindo nada além de justiça e respeito pelo nosso povo, pelo nosso Rio e pela nossa cultura”, afirmam os moradores.
Entre as principais demandas estão:
- Fiscalização urgente na área do Rio Jacuípe;
- Investigação das construções irregulares;
- Proteção das áreas de preservação ambiental;
- Transparência das ações realizadas pela Sedur.
O Papel da Prefeitura e da Sedur
Os moradores cobram uma postura mais ativa da Prefeitura de Camaçari e da Sedur, liderada pela secretária Andreia e pelo coronel Arcanjo. Segundo a população, as autoridades precisam agir de forma justa, aplicando as leis ambientais de maneira igualitária, sem beneficiar grandes empreendimentos em detrimento das comunidades locais.
É essencial que a Sedur realize fiscalizações regulares na área, garantindo que o Rio Jacuípe seja preservado para as futuras gerações.
Um Apelo à Sociedade
Além de cobrar ações das autoridades, os moradores de Barra do Jacuípe também fazem um apelo à sociedade. Eles pedem apoio para divulgar a situação e conscientizar sobre a importância de preservar o Rio Jacuípe. “Esse rio é nosso, é vida, é cultura! Não podemos deixar que destruam o que é de todos”, reforça uma moradora.
Preservar o Rio Jacuípe não é apenas uma questão ambiental, mas também uma forma de proteger a história e a cultura de Barra do Jacuípe.
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