O maratonista Emerson Pinheiro, de 29 anos, que perdeu uma perna após ser atropelado na orla da Pituba, em Salvador, deixou a UTI do Hospital Geral do Estado (HGE) e segue firme em sua determinação de continuar no esporte. Mesmo diante das dificuldades, ele assegura que vai correr “de cadeira de rodas, de muleta ou de prótese”.
Emerson foi atingido no dia 16 de agosto por um carro conduzido por Cleydson Cardoso Costa Filho, de 26 anos, filho da vereadora Débora Santana (PDT). O acidente ocorreu durante um treino coletivo de preparação para uma maratona em Buenos Aires, na Argentina. O veículo invadiu a calçada, atingindo o atleta, um poste e até uma barraca de acarajé. Além da amputação da perna direita, o corredor também sofreu fraturas na outra perna.
Na sexta-feira (22), o atleta deixou a Unidade de Terapia Intensiva e foi transferido para a enfermaria. Em conversa com a avó, Maria do Carmo, emocionou a família ao reafirmar sua força de vontade:
“Vó, não fique triste. Eu vou seguir minha jornada. Correrei de cadeira de rodas, de muleta ou de prótese, mas vou continuar em nome de Jesus”, disse.
Evento solidário em Salvador
Na manhã de sábado (23), atletas e apoiadores realizaram o “Treinão Coletivo pela Vida e Justiça de Emerson”, na Avenida Magalhães Neto. O encontro reuniu corredores e ciclistas que se mobilizaram não apenas em solidariedade ao maratonista, mas também como forma de cobrar justiça e reforçar a importância da segurança no trânsito.
O ato buscou conscientizar a população sobre os riscos de dirigir sob efeito de álcool e a necessidade de mais proteção para quem pratica esportes nas ruas.
Situação judicial
O motorista Cleydson Cardoso foi preso em flagrante sob suspeita de embriaguez ao volante. A prisão foi convertida em preventiva, e ele permanece no Complexo Penal da Mata Escura. O jovem também foi desligado do cargo de secretário parlamentar na Assembleia Legislativa da Bahia (Alba).
A mãe dele, a vereadora Débora Santana, pediu afastamento de suas atividades na Câmara Municipal de Salvador. Inicialmente, havia solicitado 72 horas, mas agora estendeu a licença por mais 15 dias.
O caso segue repercutindo em Salvador e mobilizando a comunidade esportiva, que cobra justiça e mudanças efetivas na segurança viária.
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