Uma grande ofensiva policial foi deflagrada nas primeiras horas desta sexta-feira (13) na Região Metropolitana de Salvador, com foco especial em Camaçari. Intitulada “Capitães de Areia”, a operação mobilizou dezenas de agentes das forças de segurança com o objetivo de desarticular uma facção criminosa violenta e bem estruturada, que vinha se consolidando em comunidades litorâneas da região.
A ação, liderada pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em conjunto com a 4ª Delegacia de Homicídios de Camaçari, cumpre uma série de mandados judiciais contra alvos suspeitos de envolvimento em crimes graves, entre eles homicídios, tráfico de drogas e organização criminosa.
Segundo as investigações, o grupo transformou uma comunidade de mata fechada, com acessos limitados e de difícil patrulhamento, em um reduto do crime. O local era utilizado para armazenar drogas, esconder armamentos e abrigar foragidos da justiça. A geografia do terreno favorecia a movimentação dos criminosos, dificultando ações de segurança e facilitando o tráfico de entorpecentes na região.
Entre os crimes atribuídos à facção, estão os assassinatos dos irmãos Gustavo Natividade, de 15 anos, e Daniel Natividade dos Santos, de 21, integrantes do grupo afro Malê Debalê, ocorridos em outubro de 2024. Os jovens foram mortos de forma brutal, causando forte comoção social. Outro crime que chocou a população foi a execução de Victor Guilherme Pereira de Souza, em abril de 2025, emboscado por cerca de 20 homens armados no bairro de Areias, em um episódio ligado à disputa pelo comando do tráfico.
As apurações indicam ainda que o grupo vinha se fortalecendo com apoio de criminosos vindos de outras cidades, aumentando seu poder de fogo e sua influência em diversas áreas da RMS. Durante a operação, policiais realizaram buscas simultâneas em diversos imóveis que serviam como esconderijo, depósito de drogas e arsenal da facção.
A “Capitães de Areia” conta com um extenso aparato de segurança pública, incluindo equipes do Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco-LD), Departamento de Polícia Metropolitana (Depom), Departamento de Inteligência Policial (DIP), Departamento de Polícia do Interior (Depin), Departamento Especializado de Investigações Criminais (Deic) e Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc).
A ofensiva também é reforçada pela Coordenação de Operações e Recursos Especiais (Core), Departamento de Polícia Técnica (DPT), 59ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) e o Pelotão de Emprego Tático Operacional (Peto), demonstrando a força e a integração entre as instituições no combate ao crime organizado.
As investigações seguem em andamento, e novas prisões podem ocorrer nos próximos dias. A expectativa é que a operação enfraqueça consideravelmente a atuação do grupo criminoso e traga maior sensação de segurança para os moradores da região.
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