Ainda não há confirmação oficial se os corpos exibidos fazem parte do total de 64 mortos registrados
Ainda não há confirmação oficial se os corpos exibidos fazem parte do total de 64 mortos registrados

A madrugada desta quarta-feira (29) foi marcada por uma cena de forte comoção no Complexo da Penha, zona norte do Rio de Janeiro. Moradores levaram mais de 40 corpos até a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, em um gesto de desespero e protesto após a operação considerada a mais letal já registrada no estado.

De acordo com o portal G1, a iniciativa dos moradores teve como objetivo facilitar o reconhecimento das vítimas por parte dos familiares. Ainda não há confirmação oficial se os corpos exibidos fazem parte do total de 64 mortos registrados durante os intensos confrontos entre forças policiais e traficantes na última terça-feira (28).

Os moradores relatam que muitos corpos estavam espalhados pela mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, uma área que foi palco de violentos tiroteios durante a operação. Segundo testemunhas, ainda há vítimas não resgatadas no alto do morro.

O ativista social Raull Santiago, que ajudou a resgatar corpos na região, descreveu o cenário como um dos mais violentos já vistos.

“Em 36 anos de favela, passando por várias operações e chacinas, eu nunca vi nada parecido. É algo brutal, violento em um nível desconhecido”, declarou o ativista.

Em uma publicação nas redes sociais, Santiago relatou que os corpos estavam sendo reunidos na praça.

“Os corpos que encontramos na mata estão sendo trazidos para a Praça São Lucas, na José Rucas. Já são 37 aqui e mais 13 descendo”, escreveu.

Na terça-feira (28), o governo do Rio informou que a operação, que também atingiu o Complexo do Alemão, resultou em 60 mortes de suspeitos e quatro policiais mortos. A ação, considerada uma megaoperação conjunta, foi marcada por tiroteios intensos, helicópteros sobrevoando as comunidades e forte presença de tropas de elite.

Leia Também:  Polícia Civil prende 13 pessoas em grande operação na Bahia

Moradores seguem relatando medo, destruição e luto, enquanto a cidade ainda tenta compreender a dimensão do episódio que já entra para a história como a operação mais letal do Rio de Janeiro.

DEIXE O SEU COMENTÁRIO