A manhã dessa segunda-feira (12) foi marcada por tristeza e revolta para quem vive na comunidade de Malícia, que fica no distrito de Abrantes, em Camaçari. Depois de uma noite de muita chuva, moradores se depararam com uma cena dolorosa: dezenas de peixes mortos boiando na lagoa da região. O lugar, que sempre foi um ponto de lazer e pesca para muita gente, amanheceu com um cheiro forte e uma aparência estranha na água.
Muita gente não entendeu o que estava acontecendo no começo. Foi só quando os moradores começaram a se aproximar e ver os peixes mortos espalhados por toda a lagoa que o clima de desespero tomou conta. A preocupação aumentou ainda mais quando alguns notaram uma substância estranha na superfície da água, com aparência oleosa, como se algum tipo de produto químico tivesse sido jogado ali.
“Isso não é normal. A gente mora aqui há anos e nunca viu nada parecido. Dá pra ver que jogaram alguma coisa na água. Isso é crime ambiental!”, disse uma moradora, visivelmente abalada. Segundo ela, muitos moradores costumam usar a água da lagoa para pescar e até para atividades do dia a dia. “A gente convive com essa lagoa. Não é só um pedaço de água. É parte da nossa vida”, completou.
Outra moradora, revoltada, fez questão de dizer que a comunidade está cansada de ser esquecida. “Se fosse em outro bairro mais rico, já tinha polícia, TV, gente da prefeitura. Mas como é aqui na Malícia, parece que não importa. Mas a gente vai fazer barulho sim!”, desabafou.
A situação é tão séria que a comunidade está se organizando para denunciar o caso aos órgãos ambientais e exigir providências imediatas. Moradores estão tirando fotos, fazendo vídeos e compartilhando nas redes sociais para chamar a atenção do poder público e da imprensa.
O que mais assusta é a possibilidade de um produto químico ter sido despejado na lagoa, especialmente depois das fortes chuvas que causaram alagamentos na região. Segundo alguns relatos, uma substância com aparência oleosa foi vista boiando na água logo após a chuva. Isso levanta a suspeita de que algum resíduo tóxico, talvez vindo de alguma empresa ou até mesmo de esgoto clandestino, tenha sido lançado no local.
Essa suspeita, somada à morte dos peixes, levanta um alerta grave sobre os riscos à saúde da população. Afinal, se a água da lagoa estiver realmente contaminada, isso pode afetar o solo, o lençol freático e até mesmo os animais que vivem perto dali — sem falar nos próprios moradores.
Diante da situação, a comunidade de Malícia está cobrando, de forma firme, uma resposta rápida da Prefeitura de Camaçari e da Secretaria Municipal de Meio Ambiente. Além disso, pedem que o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Bahia (Inema) entre em ação para investigar o que aconteceu de fato.
Eles querem uma perícia técnica urgente que identifique qual foi a substância despejada na lagoa e de onde ela veio. Só assim será possível responsabilizar os culpados e evitar que tragédias como essa voltem a acontecer. “O povo não quer desculpa, quer ação. Estamos falando de vidas, de saúde, de respeito”, disse um líder comunitário.
O que aconteceu na comunidade de Malícia não é só sobre peixes mortos. É sobre abandono, descaso, e um povo que cansou de sofrer calado. Eles querem justiça, querem saber o que foi despejado na lagoa e querem que os culpados sejam punidos. Acima de tudo, querem viver com dignidade.
Enquanto isso, a população segue firme na cobrança e na esperança de dias melhores. Com união, coragem e voz ativa, os moradores mostram que não vão mais aceitar viver à mercê do descaso das autoridades.
Veja o video abaixo:
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