A cidade de Salvador foi palco de um caso que abalou a população na última semana. O soldado da Polícia Militar Marlon da Silva Oliveira, acusado de executar o adolescente Gabriel Santos Costa, de apenas 17 anos, na avenida Garibaldi, se entregou às autoridades na noite do último domingo (8). O crime, registrado em vídeo e amplamente divulgado nas redes sociais, gerou revolta e pedidos por justiça.
Gabriel foi morto à queima-roupa enquanto estava rendido, ao lado de um outro jovem de 19 anos, que sobreviveu ao ataque, mas permanece internado no Hospital Geral do Estado (HGE). A história trouxe à tona questões graves sobre abusos de autoridade e uso desproporcional da força policial.
O que aconteceu na noite do crime?
Na noite do ocorrido, Gabriel Santos Costa e um amigo de 19 anos foram abordados pelo soldado Marlon, que estava à paisana. O vídeo que circulou nas redes sociais mostra os dois descendo da moto em que estavam e deitando no chão sob a mira do PM. Após serem revistados e xingados, Marlon atirou diversas vezes contra os jovens, deixando Gabriel sem vida no local.
O crime ocorreu em plena avenida Garibaldi, uma região movimentada de Salvador. Testemunhas que presenciaram a cena relataram o momento de desespero, enquanto o soldado fugia em um carro branco logo após os disparos. A brutalidade do ato foi capturada em um vídeo, que rapidamente viralizou, gerando uma onda de indignação.
A versão do PM e os passos da investigação
Marlon da Silva Oliveira alegou, em depoimento inicial, que agiu em legítima defesa. No entanto, as imagens contradizem essa versão, mostrando os jovens desarmados e rendidos antes dos disparos. Diante das evidências, a Justiça decretou a prisão preventiva do soldado na sexta-feira (6), tornando-o oficialmente foragido até sua entrega espontânea no último domingo.
A delegada Andréa Ribeiro, diretora do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), afirmou que as investigações estão em andamento para confrontar a versão do policial com os elementos coletados, incluindo depoimentos de testemunhas e análise das imagens. Segundo ela, é fundamental garantir que a verdade prevaleça e que os responsáveis sejam devidamente punidos.
O caso trouxe à tona debates sobre a conduta policial e o uso da força em abordagens. Organizações de direitos humanos manifestaram repúdio à ação do soldado, classificando o ato como execução sumária. A população também tem cobrado providências mais rápidas e efetivas para que casos como esse não sejam esquecidos.
O jovem sobrevivente, que segue internado no HGE, ainda não teve sua identidade revelada por questões de segurança. Sua recuperação será crucial para trazer mais esclarecimentos sobre o que ocorreu na noite do crime.
Casos de violência policial como este reforçam a necessidade de uma revisão profunda nas políticas de formação e monitoramento das ações de agentes de segurança. Especialistas defendem maior investimento em treinamento e no fortalecimento de mecanismos de controle e transparência na atuação policial.
Para a família de Gabriel, resta a dor e o clamor por justiça. O caso será um marco para discutir soluções que impeçam novos episódios de violência e abuso de poder.
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