A polícia identificou cerca de 200 postos de combustíveis com vínculos diretos ou indiretos ao grupo investigado.
A polícia identificou cerca de 200 postos de combustíveis com vínculos diretos ou indiretos ao grupo investigado.

A Polícia Civil da Bahia deflagrou, nesta quinta-feira (16), a Operação Primus, com o objetivo de desarticular uma rede criminosa que atua no setor de combustíveis e possui suposta ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC). Entre os alvos está o empresário Jailson Couto Ribeiro, conhecido como Jailson Jau, apontado como um dos principais nomes do grupo investigado.

De acordo com as autoridades, Jau foi preso em Lençóis, na Chapada Diamantina. Outros mandados de prisão também foram cumpridos em diferentes estados. Em Feira de Santana, foram detidos Wesley Márcio Duda, Gilvan Couto Ribeiro, Diego do Carmo Santana Ribeiro e Pedro Henrique Ramos Ribeiro. No Rio de Janeiro, foi preso Israel Ribeiro Filho, enquanto em São Paulo a polícia localizou Mário Kadow Nogueira.

As investigações revelam que Jailson Jau é proprietário de vários postos de combustíveis na Bahia, incluindo o Posto BR de Guarajuba, no Litoral Norte. Ele é suspeito de lavagem de dinheiro, adulteração de combustíveis, ocultação de patrimônio e até de envolvimento em extorsões e homicídios. O empresário já havia sido investigado anteriormente pela Operação Carbono Oculto, que apurava irregularidades semelhantes.

Natural de Iaçu, Jau construiu sua carreira em Feira de Santana, onde se tornou um dos maiores revendedores da marca Shell na América Latina. O empresário chegou a disputar a eleição municipal de 2020 em sua cidade natal e recebeu o título de cidadão honorário feirense.

Durante a Operação Primus, a Justiça determinou o bloqueio de bens e valores que ultrapassam R$ 6,5 bilhões, montante que demonstra o poder econômico da organização criminosa. A polícia identificou cerca de 200 postos de combustíveis com vínculos diretos ou indiretos ao grupo investigado.

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Mais de 170 policiais civis participaram da operação, que contou com o apoio da Secretaria da Fazenda da Bahia (Sefaz-BA) e da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Também estiveram envolvidos diversos departamentos da Polícia Civil, como o Draco, Deic, Denarc, DHPP, Dip, Depom, Depin, Polinter e COPJ.

As investigações seguem em andamento para identificar novos envolvidos e mapear o fluxo financeiro que alimentava o esquema de lavagem e corrupção no setor de combustíveis. As autoridades acreditam que o grupo mantinha conexões em outros estados, movimentando quantias milionárias com a adulteração e revenda irregular de combustíveis.

A Operação Primus é mais um capítulo da ofensiva estadual contra o crime organizado, evidenciando a força de atuação do Draco e o empenho das forças de segurança baianas em combater a lavagem de dinheiro e os crimes corporativos.

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