Enquanto não há acordo, o protesto segue firme e deve se intensificar nos próximos dias.
Enquanto não há acordo, o protesto segue firme e deve se intensificar nos próximos dias.

O impasse entre os cegonheiros da Bahia e a montadora BYD completa quatro dias sem avanço. A categoria, que protesta desde o dia 3 de outubro de 2025, cobra explicações sobre a exclusão de trabalhadores locais dos novos contratos de transporte da fábrica instalada em Camaçari.

Desde o início da mobilização, o Sindicato dos Cegonheiros denuncia que as vagas antes destinadas a profissionais baianos foram redirecionadas para empresas de outras regiões do país, deixando dezenas de famílias sem renda. O grupo afirma que, caso não haja resposta do governo ou da empresa, os acessos à montadora poderão ser bloqueados.

Nos primeiros dias, dezenas de caminhões-cegonha ocuparam parcialmente a entrada do complexo industrial. Em um ato simbólico, os manifestantes estenderam faixas e banners em português, inglês e chinês, demonstrando indignação com a postura da empresa e das autoridades públicas.

A tensão aumentou no último final de semana, quando mais de 50 caminhões se juntaram ao protesto. O movimento ganha força diante da expectativa da visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do prefeito de Camaçari, Luiz Caetano, prevista para o dia 9 de outubro. Segundo os líderes, se até lá não houver diálogo, rodovias poderão ser bloqueadas em todo o entorno do polo industrial.

A principal reivindicação dos trabalhadores é simples: garantir o direito de continuar atuando no transporte de veículos produzidos na região. O sindicato pede a retomada dos contratos anteriores ou compensações financeiras pelas perdas causadas pela mudança no modelo logístico da BYD.

Antes da chegada da montadora chinesa, os cegonheiros locais eram responsáveis por transportar os carros fabricados no estado. Com a reestruturação da logística, parte dessas operações foi transferida para uma empresa do Sul do Brasil, o que, segundo o sindicato, ocorreu com o aval de instâncias políticas.

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Os manifestantes alertam que a exclusão dos profissionais de Camaçari representa uma ameaça à subsistência de dezenas de famílias, que dependiam diretamente dessa fonte de renda. Enquanto não há acordo, o protesto segue firme e deve se intensificar nos próximos dias.

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