A Polícia Civil da Bahia prendeu nesta sexta-feira (12) um dos homens mais procurados do estado, apontado como participante do assassinato de Mãe Bernadete, em agosto de 2023. O suspeito é Josevan Dionísio dos Santos, conhecido como BZ ou Buzuim, que já acumulava mandados de prisão por homicídio, tráfico de drogas e roubos.
De acordo com informações da TV Bahia, a captura aconteceu no Núcleo Habitacional Rubens Costa, em Simões Filho, na Região Metropolitana de Salvador. Ao perceber que estava cercado, Josevan se trancou em casa e manteve a esposa e o filho como reféns. Após negociação com equipes do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc) e do CORE, ele se entregou pouco antes das 8h da manhã.
Josevan havia sido incluído, em 2024, no Baralho do Crime, ferramenta da Secretaria de Segurança Pública que reúne os criminosos mais procurados da Bahia, figurando como a carta “9 de Ouros”.
Envolvimento na morte de Mãe Bernadete
O suspeito é apontado como um dos executores do homicídio da líder quilombola Maria Bernadete Pacífico, a Mãe Bernadete, morta com mais de 25 disparos dentro de sua comunidade, em Simões Filho. Segundo o Ministério Público, a ordem para matá-la teria partido de líderes de uma facção criminosa que atuava na região.
A atuação de Mãe Bernadete em defesa do Quilombo Pitanga dos Palmares e sua resistência contra a expansão do tráfico de drogas na área de preservação ambiental da barragem de Pitanga dos Palmares teriam incomodado o grupo criminoso, levando à execução.
O MP denunciou cinco homens pelo crime: Josevan Dionísio, Ydney Carlos dos Santos de Jesus, Marílio dos Santos, Arielson da Conceição Santos e Sérgio Ferreira. Desses, Josevan e Ydney ainda não haviam sido presos, o que levou ao desmembramento do processo. Ambos também devem ser levados a júri popular.
Além dos cinco denunciados, outro homem, Carlos Conceição Santiago, é investigado por supostamente armazenar as armas usadas no crime.
Família pede indenização
A família de Mãe Bernadete ingressou com uma ação judicial contra a União e o governo da Bahia, solicitando R$ 11,8 milhões em indenização. O valor seria destinado aos três netos da líder quilombola, que presenciaram o crime brutal.
Mãe Bernadete, de 72 anos, era reconhecida nacionalmente por sua luta em defesa das comunidades quilombolas e contra as investidas do tráfico de drogas na região. Sua morte chocou a Bahia e o país, simbolizando a violência enfrentada por lideranças comunitárias que resistem ao avanço do crime organizado.
DEIXE O SEU COMENTÁRIO