A Toyota anunciou na ultima quinta-feira (25) a suspensão total da produção em suas fábricas no Brasil. A medida foi tomada após a destruição da planta de Porto Feliz (SP), responsável pela fabricação de motores, atingida por um fenômeno climático raro, conhecido como microexplosão atmosférica.
Sem previsão imediata de retomada, a paralisação compromete a montagem de modelos como Corolla, Corolla Cross, Yaris e Yaris Cross, fabricados em Sorocaba e Indaiatuba, ambas no interior de São Paulo.
A unidade de Porto Feliz produzia os motores 2.0 Dynamic Force, usados no Corolla e Corolla Cross, e o 1.5, destinado ao Yaris, além de estar em fase de preparação para fornecer propulsores ao novo Yaris Cross e componentes do sistema híbrido flex. A Toyota informou que o reparo da planta pode levar meses e avalia alternativas, como a importação de motores de outras fábricas da companhia.
Impacto na produção e nos trabalhadores
Em 2024, a montadora japonesa produziu mais de 200 mil veículos no país, consolidando-se como a quinta maior do setor. A paralisação atinge diretamente a fábrica de Sorocaba, que emprega 4.500 trabalhadores, além de gerar milhares de empregos indiretos.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, não haverá demissões. Os funcionários terão férias coletivas, banco de horas e possível adoção de layoff. Os salários de até R$ 4.500 serão pagos integralmente e, acima desse valor, haverá reposição de 95%, com manutenção de benefícios como plano de saúde e vale-refeição.
Exportações e investimentos
Segundo o Dieese, a fábrica de Sorocaba foi responsável por US$ 935,4 milhões em exportações entre janeiro e agosto de 2025, representando 23,1% do total nacional. Somando-se à unidade de Indaiatuba, esse percentual chega a 28% das exportações brasileiras do setor automotivo.
Apesar da crise, a Toyota reafirmou seu plano de investir R$ 11 bilhões no Brasil até 2030, sendo R$ 5 bilhões já até 2026. Parte do montante será destinada à expansão da planta de Sorocaba, que opera em capacidade máxima, em contraste com a ociosidade de boa parte da indústria nacional.
DEIXE O SEU COMENTÁRIO