A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado, instalada nesta terça-feira (4) no Senado Federal, decidiu convidar o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), e o secretário de Segurança Pública do estado, Marcelo Werner, para prestar esclarecimentos sobre a situação da violência e o avanço das facções criminosas no estado.
A decisão foi tomada após a Bahia ser listada entre os estados com piores indicadores de segurança pública, segundo dados do Ministério da Justiça e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O colegiado busca compreender como as ações do governo estadual têm enfrentado a crescente presença do crime organizado e a escalada da violência.
O relator da CPI, senador Alessandro Vieira (MDB-SE), propôs o convite a 11 governadores de estados com índices alarmantes de criminalidade, entre eles Amapá, Pernambuco, Ceará e Alagoas. Também serão ouvidos representantes de estados considerados exemplos positivos, como Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul e o Distrito Federal, além de Rio de Janeiro e São Paulo, onde se concentram as principais facções do país.
“O objetivo é entender a realidade de cada estado, ouvir gestores e buscar soluções efetivas para combater o crime organizado no Brasil”, declarou o relator.
A CPI ainda aprovou convites para o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, o ministro da Defesa, José Múcio, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Corrêa. Especialistas e representantes das forças de segurança também devem participar das audiências.
Com duração inicial de 120 dias, a CPI pretende apresentar um diagnóstico nacional sobre a atuação do crime organizado e propor medidas concretas para o fortalecimento da segurança pública. Além disso, o colegiado aprovou um pedido de urgência para a tramitação de projetos já votados no Senado e que aguardam análise na Câmara dos Deputados.
A presença do governador Jerônimo Rodrigues promete gerar repercussão política e social, considerando o alto índice de violência registrado na Bahia nos últimos anos — tema que tem sido alvo constante de críticas e debates em nível nacional.
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