Thaylon Coutinho, de 19 anos, foi encontrado morto em Feira de Santana após desaparecer ao tentar vender um celular.
Thaylon Coutinho, de 19 anos, foi encontrado morto em Feira de Santana após desaparecer ao tentar vender um celular.

Neste domingo (27), um crime brutal chocou moradores de Feira de Santana, na Bahia. O jovem Thaylon Jesus Coutinho, de apenas 19 anos, foi encontrado morto às margens da BR-116 Sul, bem perto da subestação da Embasa, na região conhecida como Expansão Feira IX. A cena foi de muita tristeza e revolta, pois o corpo do rapaz apresentava várias marcas de tiros, mostrando a violência cruel do assassinato.

Thaylon era morador do bairro Papagaio e estava desaparecido há mais de um dia. A família e amigos estavam desesperados, sem notícias do jovem. Segundo informações, ele tinha ido até o bairro Rua Nova para vender um celular. Foi nesse momento que, segundo relatos, ele teria sido sequestrado por integrantes de uma facção criminosa chamada Bonde do Maluco (BDM).

A motivação do crime seria o fato de Thaylon morar em uma área dominada pela facção rival, o Comando Vermelho (CV). Mesmo sem envolvimento com o crime, o simples fato de morar em território inimigo teria sido o suficiente para colocá-lo em perigo.

Antes mesmo da confirmação da morte do jovem, uma nota que seria do Comando Vermelho circulou pelas redes sociais. No texto, o grupo deixava claro que Thaylon não tinha qualquer ligação com o crime organizado e pedia que ele fosse libertado. Ainda na nota, o CV ameaçava: caso o jovem fosse morto, haveria vingança contra inocentes da região.

O crime, apesar das ameaças, aconteceu. O corpo de Thaylon foi encontrado jogado próximo à BR, um cenário triste e revoltante. A Polícia Militar, através da equipe da 65ª Companhia Independente (CIPM), foi até o local e fez o isolamento da área. A delegada Fernanda Gabriela ficou responsável pela coordenação do levantamento cadavérico. Após os procedimentos, o corpo foi levado para o Departamento de Polícia Técnica (DPT), onde será feito o exame de necropsia para confirmar detalhes sobre a causa da morte.

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A Delegacia de Homicídios de Feira de Santana já iniciou as investigações para tentar entender como tudo aconteceu e, principalmente, identificar os responsáveis por essa barbaridade.

Thaylon saiu de casa no sábado (26), no período da tarde. Ele contou para a família que iria até o bairro Rua Nova negociar a venda de um celular. Desde então, ninguém mais teve notícias dele. Durante a noite e ao longo de todo o domingo, familiares usaram as redes sociais para pedir ajuda na tentativa de localizar o jovem.

Com o passar das horas e sem qualquer novidade, o desespero só aumentava. Amigos, conhecidos e até pessoas que não conheciam o rapaz, mas se sensibilizaram com o caso, começaram a compartilhar fotos e mensagens em grupos de WhatsApp e Facebook.

Infelizmente, o que aconteceu com Thaylon é mais um triste exemplo da guerra silenciosa que acontece em muitas cidades brasileiras, principalmente em bairros periféricos. Facções criminosas lutam pelo controle de territórios, impondo medo e violência para marcar presença. Em muitas situações, moradores inocentes acabam se tornando vítimas dessa disputa sangrenta, como parece ter sido o caso de Thaylon.

As organizações criminosas, como o Comando Vermelho (CV) e o Bonde do Maluco (BDM), estão em constante conflito. Cada lado tenta dominar bairros, avenidas e comunidades inteiras, usando a violência como arma principal. Quem mora nessas regiões vive sob tensão, sem saber se vai voltar pra casa em segurança.

A morte de Thaylon deixou uma família destruída pela dor. Amigos descrevem o jovem como um menino tranquilo, que gostava de jogar futebol e sonhava em conseguir um bom emprego para ajudar em casa. Ele não tinha envolvimento com o crime, segundo vizinhos e parentes.

“Era um menino bom, de casa. Saiu pra vender o celular pra conseguir um dinheiro e não voltou mais. Agora a gente só pede justiça, porque tiraram a vida dele de forma covarde”, desabafou uma tia de Thaylon.

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Agora, o trabalho da polícia é tentar entender o que de fato aconteceu. Quem planejou e executou o crime? Será que Thaylon foi confundido com alguém? Ou foi mesmo morto só por morar em um bairro considerado território inimigo?

A Delegacia de Homicídios está ouvindo testemunhas, analisando câmeras de segurança da região e cruzando informações para chegar aos culpados. A polícia também investiga se há ligação direta com outros crimes recentes envolvendo as mesmas facções.

De acordo com fontes extraoficiais, a suspeita é de que integrantes do BDM agiram por conta própria, desobedecendo ordens superiores que orientavam a libertação do jovem após a nota pública do CV.

O crime reacende a preocupação com a segurança pública em Feira de Santana. Moradores cobram mais policiamento e ações que consigam frear o avanço das facções na cidade. Para muita gente, sair de casa para trabalhar, estudar ou até vender um celular virou motivo de medo constante.

A guerra pelo controle de territórios tem feito vítimas inocentes e tornado a vida de milhares de pessoas um verdadeiro campo de batalha.

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