A população de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, viveu mais uma noite de medo e tensão. No último sábado, dia 3, um homem foi assassinado a tiros em plena via pública, na Rua Monte Sinai, localizada no bairro Parque Verde 2. A cena foi tão chocante que, mesmo horas depois do ocorrido, ainda era possível sentir o clima de pavor entre os moradores.
O crime aconteceu à noite, um momento em que muitas famílias costumam estar em casa descansando ou se preparando para dormir. Mas, naquela região, a tranquilidade deu lugar ao som dos tiros e gritos de desespero.
Segundo testemunhas, tudo aconteceu muito rápido. O homem, que ainda não teve a identidade revelada oficialmente, foi surpreendido por alguém que chegou atirando várias vezes. Ele não teve chance de se defender e acabou morrendo ali mesmo, na calçada. A cena foi brutal.
Moradores que estavam próximos ao local contaram que os disparos foram ouvidos de longe. “Foi uma rajada só, parecia que estavam soltando bomba. Quando a gente viu, já tinha um homem estendido no chão, sem vida”, disse uma moradora que preferiu não se identificar por medo de represálias.
Outro morador, bastante abalado, comentou: “Aqui já não tem mais sossego. A gente sai de casa sem saber se vai voltar. A violência está demais. O bairro virou terra sem lei”.
Logo após o crime, o autor dos disparos fugiu rapidamente do local e, até agora, não foi encontrado. Ninguém conseguiu ver o rosto dele com clareza, e as informações ainda são poucas. Não se sabe se foi um crime por vingança, acerto de contas ou outro motivo.
A Polícia Militar foi chamada logo após os tiros. Uma equipe do 12º Batalhão foi enviada à Rua Monte Sinai para verificar a ocorrência. Quando chegaram, já encontraram o homem caído no chão, sem sinais de vida. Os policiais fizeram o isolamento da área para evitar que a cena do crime fosse alterada e aguardaram a chegada da perícia técnica.
O Departamento de Polícia Técnica (DPT) foi ao local para recolher provas e fazer os primeiros levantamentos. O corpo foi removido algumas horas depois e levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Camaçari, onde passará por exames que devem ajudar na identificação e nas investigações.
O caso será investigado pela 4ª Delegacia de Homicídios (DH) de Camaçari. Esse órgão é responsável por apurar crimes violentos como homicídios na cidade. A polícia agora vai ouvir testemunhas, coletar imagens de câmeras de segurança da região (se houver) e tentar traçar o perfil da vítima para entender o que pode ter motivado esse assassinato.
Ainda não se sabe se o homem morto já era conhecido da polícia, se tinha algum envolvimento com atividades criminosas ou se foi apenas mais uma vítima da violência urbana que vem crescendo na cidade.
O sentimento de insegurança tem aumentado cada vez mais entre os moradores de Camaçari. Muita gente já evita sair de casa à noite, e há quem até pense em se mudar do bairro por medo de ser a próxima vítima.
“Não dá mais pra viver assim. A gente escuta barulho de tiro toda semana. Antes, esses casos eram raros. Agora parece que virou rotina. E o pior é que ninguém é preso. A justiça não funciona como deveria”, desabafou uma moradora de 38 anos, que vive há mais de 20 anos no Parque Verde 2.
Camaçari vem enfrentando um crescimento assustador no número de crimes violentos nos últimos anos. Homicídios, assaltos, tiroteios e tráfico de drogas estão cada vez mais presentes nas notícias da cidade. Bairros como Parque Verde 2, Phoc, Gleba E e outros já são vistos com preocupação pelas autoridades e pela população.
Apesar dos esforços das polícias Militar e Civil, a sensação é de que a criminalidade segue avançando. Muitas vezes, a população se vê refém do medo, sem saber a quem recorrer.
Moradores cobram mais policiamento nas ruas, rondas frequentes, câmeras de vigilância e ações sociais que ajudem a tirar jovens do caminho do crime. “A polícia até faz seu papel, mas falta estrutura. E também falta oportunidade para os jovens, porque muitos entram no crime por falta de opção”, comentou um líder comunitário do bairro.
Outras pessoas dizem que a prefeitura e o governo do estado precisam se unir para criar políticas públicas que promovam mais educação, cultura e empregos na região. “Se tiver esporte, escola em tempo integral e projetos sociais, o jovem vai pensar duas vezes antes de entrar na vida errada”, afirmou uma professora da comunidade.
É inaceitável que crimes como esse aconteçam com tanta frequência e que a sociedade passe a tratar como algo comum. Cada vida que se perde é uma tragédia para uma família inteira. Um pai, filho, irmão, amigo que se vai de forma tão cruel.
A população precisa cobrar das autoridades respostas rápidas e ações concretas. E também precisa de apoio psicológico, porque viver cercado de medo adoece a mente e destrói a esperança.
O assassinato do homem na Rua Monte Sinai é mais um alerta de que Camaçari precisa de atenção. Enquanto a violência cresce, a população clama por paz. É preciso união entre moradores, autoridades e instituições para que o município volte a ser um lugar seguro para viver.
Enquanto isso não acontece, fica a dor de mais uma perda e o medo de que a próxima vítima possa ser alguém próximo. A luta por mais segurança é de todos, e precisa começar agora.
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