A preocupação com a saúde dos moradores da comunidade de Areias, na costa de Camaçari, continua sendo um tema urgente. O Ministério Público da Bahia (MPBA) concedeu um prazo extra de 30 dias para que a Prefeitura de Camaçari apresente informações atualizadas sobre a situação da população local. A decisão foi tomada pela 5ª Promotoria de Justiça do Meio Ambiente na última sexta-feira (14), após um pedido da própria gestão municipal.
A grande preocupação das autoridades e da população é a contaminação da água por metais pesados. Estudos indicam que essa poluição pode estar associada ao aumento de casos de câncer e doenças respiratórias entre os moradores. O MP quer entender os impactos dessa contaminação e cobrar medidas efetivas para garantir a segurança da população.
A contaminação é atribuída à empresa Tronox, que atua na produção de pigmentos. Em 2012, a companhia assinou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), comprometendo-se a interromper a poluição do lençol freático. No entanto, análises recentes do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), realizadas em dezembro de 2023, mostram que a água da região ainda apresenta níveis elevados de metais pesados. Diante disso, a empresa foi autuada.
O último levantamento oficial sobre a saúde da comunidade de Areias foi realizado em 2014 e já apontava um número alarmante de casos de câncer e doenças respiratórias. Muitos moradores consumiam a água contaminada diretamente de cisternas abastecidas por um rio poluído, onde materiais tóxicos foram despejados ao longo dos anos.
Agora, o Ministério Público quer uma atualização desses dados para compreender a real dimensão do problema e definir ações urgentes. A população de Areias espera respostas concretas, já que convive há anos com incertezas sobre os riscos que enfrenta diariamente.
Apesar do compromisso assumido pela Tronox há mais de uma década, os novos dados reforçam que o problema persiste. O MP quer cobrar soluções definitivas para proteger os moradores da contaminação contínua. A expectativa é que as informações coletadas pela Prefeitura de Camaçari ajudem a embasar novas exigências e punições para a empresa responsável.
Enquanto isso, a população continua sofrendo com os efeitos da poluição ambiental. Muitos moradores relatam problemas de saúde e a incerteza sobre a qualidade da água que utilizam diariamente.
Com o novo prazo de 30 dias, a Prefeitura de Camaçari terá que entregar um relatório detalhado ao MP. Esse documento deverá conter informações atualizadas sobre os impactos da contaminação na saúde dos moradores e possíveis medidas para minimizar os riscos. Caso não cumpra o prazo, a gestão municipal pode enfrentar penalidades e novas cobranças do Ministério Público.
Enquanto isso, a comunidade de Areias segue esperando soluções reais para um problema que já se arrasta há anos. A expectativa é que essa atualização de dados traga avanços na luta por um ambiente mais seguro e saudável para todos.
DEIXE O SEU COMENTÁRIO